sexta-feira, 10 de junho de 2011

A Questão Irlandesa






A ilha da Irlanda foi dominada pela Inglaterra no século XII e, desde então, começou a receber grande quantidade de imigrantes ingleses e escoceses. Em 1800, a Irlanda passou a pertencer ao Reino Unido, por decreto do rei da Inglaterra na época, dando início à organização da luta pela independência.
Mas foi no início do século XX que os conflitos entre Irlanda e Inglaterra ganharam maiores proporções com a criação do Sinn Fein, partido político representante do separatismo irlandês, e do Exército Republicano Irlandês ( IRA), que organizou a luta armada contra o domínio britânico.
Os conflitos obrigaram o Reino Unido a realizar uma consulta popular na Irlanda sobre a independência. As províncias do Sul, de maioria católica e de população de origem irlandesa, votaram pela separação do Reino Unido; as províncias do Norte (Ulster), de maioria protestante e de população de origem inglesa, posicionaram-se contra essa separação.
Em 1921, assinou-se tratado pelo qual as províncias do Sul poderiam formar um Estado independente. Esse processo de independência encerrou-se somente em 1937, quando foi instituída a constituição do novo país, denominado República do Eire. O Reino Unido reconheceria essa independência apenas em 1949. Em relação à independência das província do Norte, o Reino Unido até hoje mantém-se intransigente em concedê-la.
A ação do IRA tornou-se mais intensa na segunda metade do século XX, através da realização de atentados terroristas, os quais visavam, inicialmente, atingir as autoridades e instituições britânicas, mas, num segundo momento, estendeu suas ações a toda população civil protestante. A reação do britânicos contra os irlandeses foi igualmente violenta, intensificando o conflito nas províncias do Norte.
Depois de anos de luta armada, os dois lados do conflito entraram em negociação e, em 1999, assinaram um acordo de paz que determinou a deposição das armas pelo IRA e a instalação de um governo compartilhado entre católicos e protestantes.
A Irlanda do Norte permaneceu ligada ao Reino Unido, mas o acordo admite a separação futura caso a população, em sua maioria, tome esta decisão.
Nem todos os irlandeses são favoráveis a este acordo de paz. A violência de ambas as partes, tanto dos católicos separatistas como dos protestantes unionistas, tem alimentado, por décadas, o ódio entre esses dois grupos. Por essa razão, muitos acreditam que novos conflitos poderão ressurgir a qualquer momento.

Questão Basca


O povo basco habita o norte da Espanha e o Sul da França há mais de seis mil anos e forma um conjunto de aproximadamente 2,5 milhões de pessoas. Trata-se de um povo que preserva sua identidade e que tem língua (o Euskera) e cultura próprias. Terminada a ditadura de Franco (1939-1975), período durante o qual o povo basco da Espanha não pôde se manifestar culturalmente, os bascos passaram a desfrutar de relativa autonomia naquele país. No norte da Espanha há, inclusive a Região Autônoma do País Basco, que tem sistema de impostos, Parlamento e polícia próprios.
No entanto, apesar de não contar com o apoio da maioria dos bascos, a organização terrorista ETA ( Euskadi Ta Azkatasuna, que significa "Pátria Basca e Liberdade"), criada durante a ditadura de Franco, realiza atentados, desde o final dos anos 1970, com o objetivo de pressionar o governo espanhol a reconhecer a independência total do País Basco. A simpatia do povo basco pelas atividades do ETA vem caindo em razão da aversão aos seus métodos e também pela própria autonomia e pelo nível de vida desfrutados pelos bascos.

PRINCIPAIS CONFLITOS ÉTNICOS NA EUROPA


Os conflitos no centro e leste da Europa estão relacionados aos fim dos governos socialistas de cunho centralizador e autoritário, os quais foram implantados em diversos países dessa região após a Segunda Guerra Mundial. No entanto, a história da diversidade e dos conflitos étnicos na região é antiga. Ela resulta da expansão dos impérios Russo, Otomano e Austro-Húngaro, e da decomposição desses últimos entre o final do século XIX e as duas primeiras décadas do século XX.
Esses impérios controlaram diversas nações - praticamente as mesmas que foram submetidas aos regimes comunistas do pós-guerra - e foram responsáveis pela instabilidade nas fronteiras dessa região européia.
Os conflitos nacionalistas também estão relacionados, muitas vezes, à falta de perspectivas de melhoria das condições de vida da população mais atingida pelas más condições sócio-econômicas de determinado país. Soma-se, a tudo isso, o sentimento nacionalista - a vontade de ver os símbolos da nação não mais submetidos a outro poder. Esse sentimento, apesar de ser um elemento aglutinador, de criar laços de solidariedade, pode ser facilmente manipulado por líderes inescrupulosos.